sexta-feira, 30 de março de 2012

RESENHA - Livro: Preconceito Linguístico


BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico – O que é, como se faz. Ed. Loyola, 50ª edição. São Paulo, SP. 2008, Pág. 23 – 89.



O livro “Preconceito Lingüístico” do autor Marcos Bagno trata de questões relacionadas ao modo de como se fala e escreve dentro da escola e da sociedade. Com objetivo de tornar o seu livro um instrumento de combate a toda forma de preconceito adentrado em situações com perfis diversificados no contexto social brasileiro.
Na obra, o autor faz reflexões sobre alguns aspectos do uso da norma culta, detalha exemplos impregnados a convivência real dos sujeitos, caracterizando-os em classes, e fazendo menção ao fato dos modos encontrados. O capítulo está organizado oito mitos:
No primeiro mito, “o Português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente”, o autor mostra o quanto este pode ser prejudicial à educação porque ao não reconhecer a verdadeira diversidade do português falado no Brasil, a escola tenta impor sua norma lingüística como se fosse, de fato, a língua comum a todos os habitantes do País.
No mito dois, “brasileiro não sabe português/Só em Portugal se fala bem português”, Bagno faz uma longa análise levando em conta a história desses dois países e desmistifica mais esse preconceito. Para o autor, a mistura de raças teria variado a lingüística brasileira.
No mito três, “português é muito difícil”, segundo Marcos Bagno, o português é difícil porque, em muitos casos, foge da realidade de como o sujeito fala.
No mito quatro, “as pessoas sem instrução falam tudo errado”, é comentado que na visão do preconceito linguístico, qualquer manifestação da língua fora do triângulo escola-gramática-dicionário é considerada errada.
No mito cinco, “o lugar onde melhor se fala português no Brasil é o Maranhão”, para o autor este  é um mito sem nenhuma fundamentação científica, uma vez que nenhuma variedade, nacional, regional ou local seja intrinsecamente ” melhor” , ” mais pura” , ” mais bonita” , ” mais correta” do que outra.
No mito seis, “o certo é falar assim porque se escreve assim”,  é comentado no texto que, por conta, da variação que acontece em toda comunidade linguística, toda língua não é falada do mesmo jeito em todos os lugares, e nem do mesmo jeito o tempo todo. Existem os sotaques da cada região que permitem que a mesma palavra falada em todo o Brasil possa ser pronunciada de forma diferente devido a esse fenômeno.
No mito sete, “é preciso saber gramática para falar e escrever bem”,  o autor fala que essa afirmação é inerente entre os professores de português, e também divulgada em gramáticas normativas, porém não condiz com a realidade.
No oitavo e último mito, “o domínio da norma-padrão é um instrumento de ascensão social”, Marcos Bagno  diz que o domínio da norma culta/padrão não resolve os problemas econômicos, e questiona: “se realmente a norma-padrão fosse responsável pela ascensão social, ocupantes do topo da pirâmide social, econômica e política, seriam os professores de português, afinal, quem tem mais domínio da norma-padrão do que eles?”
Deste modo, podemos compreender que o preconceito lingüístico é alimentado diariamente em todos os setores da sociedade, principalmente pelas mídias. A forma pela qual as pessoas se comunicam gera grande entráves no cotidiano, e é neste contexto que Marcos Bagno sugere que temos de combater o preconceito lingüístico recusando os velhos argumentos que visam desprezar o saber  individual. No entanto, devemos entender que respeitar o modo que cada um fala e escreve não significa que temos que vulgarizar a língua. Devemos saber que para cada situação há um modo pela qual devemos nos expressar, isto é, saber diferenciar os ambientes formais e não-formais.

Verisnalda Costa

6 comentários:

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